sábado, 27 de dezembro de 2008

Árvore de Natal - Parte II


Da infância conturbada que tive e, entre muitos conflitos familiar, posso me recordar tanto das boas ou más coisas também. Quando ia aproximando a tão sonhada data festiva de nossos "natais", tudo o que eu queria era ver o pinheirinho sintético, verdinho, repleto de enfeites coloridos e luzente na sala da nosso humilde lar. Ah...quanta alegria que eu continha dentro de mim a espera desta data por causa de uma árvore de natal. Criança guarda uma inocência singela que encanta os adultos, e, não foi diferente do que aconteceu comigo. Meus pais, na medida do possível me proporcinava quase que todos os meus desejos infantis. Um certo natal, lembro-me pefeitamente como se fosse hoje...A árvore já montada e aprumada em seu devido lugar e eu corria de um canto a outro da casa, bem alegremente como uma criança do sexo feminino normalmente é em seus trajeitos infantil toda serelepe. Pela manhã, mamãe com os preparativos da ceia e com irmãozinho pequeno para cuidar e eu traquinas pela casa, deixando-a mais tensa e nervosa do que já era. Até que levei uns petelecos e fui parar no berço, adormeci. Já era tardezinha e o sol baixo entre as nuvens de um lindo fim de tarde, acordei sozinha. Primeiro, percebi um silêncio da qual eu não estava acostumada, tudo muito quieto...olhei a minha volta e pude perceber que meus pais não estavam dormindo no quarto como eu...desci do berço e chamando pela mamãe, encaminhei para a sala e novamente notei aquele silêncio...e já com lágrimas nos olhos,fui a cozinha, sempre chamando pela mamãe...mamãe...mamãe...voltei para sala, voltei ao quarto e nada de achar ninguém...me ocorreu ir para a porta da frente da casa, que ficava na sala, por que em meu pensamento, acreditava que ela, meu pai e meu irmãozinho estivessem no quintal. Quando coloquei-me nas pontas dos pés para alcançar a maçaneta da porta percebi que estava trancada. Meu primeiro pensamento foi: Abandonaram-me aqui. Fiquei em pânico e entre lágrimas e gritos de pavor, rompi o silêncio daquele lindo fim de tarde. Senti muita solidão e um sentimento de abandono terrível. Sentia-me excluída da família. Na minha cabeça de criança eu tinha sido abandonada pelos meus pais, e, nem a linda árvore de natal, que eu tanto admirava, já não mais me interessava.


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